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Retração recorde de 8,7% na economia brasileira, no segundo trimestre, conforme dados do monitor do PIB-FGV

O Monitor do PIB-FGV aponta retração de 8,7% da atividade econômica no Brasil, no segundo trimestre, se comparado ao primeiro trimestre do ano, conforme divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, em 18 de agosto de 2020.

Esse resultado foi o pior já vivenciado pelo país desde 1980. E a rápida deterioração do PIB foi influenciada por fortes quedas na indústria (-12,8%) e nos serviços (-8,4%), segundo os dados apontados. Na comparação interanual a economia apresentou queda de 10,5% no segundo trimestre e de 6,5% em junho.

Também ficou evidenciado que, embora a economia brasileira esteja no segundo trimestre pior do que no trimestre anterior, na análise mensal, no mês de junho houve crescimento de 4,2%, na comparação com o mês de maio. Assim, para o coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, apesar dos resultados negativos do segundo trimestre, “no curto prazo já se observa uma melhora da atividade”.

Na análise do consumo das famílias houve queda de 11,6% no segundo trimestre, em comparação ao mesmo trimestre no ano anterior. Houve fortes retrações no consumo de bens semiduráveis (-51,0%) e de duráveis (-30,2%). Enquanto o consumo de não duráveis, embora tenha apresentado retração de 1,1% no trimestre, apresentou crescimento nos segmentos alimentícios e de artigos de farmácia e de perfumaria. Por outro lado, segundo os dados apontados, o consumo de serviços também apresentou retração em diversos segmentos, embora as quedas no consumo de alojamento e alimentação e de saúde privada tenham sido as maiores contribuições para a queda deste tipo de consumo.

Dentre os demais dados apontados pelo Monitor do PIB-FGV destacou-se a exportação de bens e serviços que apresentou retração de 0,4% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo trimestre de 2019, embora tenha registrado crescimento em alguns ramos de produtos. O principal destaque ficou com os produtos agropecuários com crescimento de 37,6% no trimestre, contribuindo acima de 6% para o total da exportação. Porém, as retrações dos bens intermediários (-10,5%), bem como dos serviços (-20,1%) e de bens de capital (-49,5%) anularam os efeitos positivos da exportação de produtos da agropecuária, segundo a pesquisa.