Casos de violência contra professores dentro das escolas seguem cada vez mais frequentes no país, gerando consequências na saúde física e emocional de profissionais da Educação.
Lamentavelmente o Brasil lidera ranking mundial de violência nas escolas feito pela OCDE ─ Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que incluem alunos de 11 a 16 anos, em 34 países. No Brasil 14.291 professores responderam ao questionário, além de 1.057 diretores de 1.070 escolas.
O levantamento se pauta em dados de 2013, quando 12,5% dos professores brasileiros ouvidos relataram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos ao menos uma vez por semana. Logo após o Brasil aparecem Estônia com 11% e Austrália com 9%. O índice é zero em países como Coreia do Sul, Malásia e Romênia.
De acordo com essa pesquisa os professores brasileiros declararam gastar 20% de seu tempo em aula mantendo a ordem da sala comparado com a média de 13% dos 34 países entrevistados.
No Brasil, além do índice de violência crescente e a afronta ao docente evidencia-se baixos salários, excesso de trabalho e desvalorização acadêmica.
Diante de qualquer tipo de violência na escola, a primeira pergunta que normalmente surge é se a culpa é da família ou da escola. Certamente é complexo responder essa pergunta, pois não há só uma resposta. A educação se dá principalmente de três formas: pela família, pela escola e pela sociedade. A família é responsável pela socialização primária; a escola é o local onde a criança começa a conhecer a vida coletiva e a sociedade tem múltiplas influências culturais e sociais na vida do educando. É indispensável reconhecer o papel de cada um e atuar em parceria para que haja base de um convívio social pacífico. Soma-se a isso a responsabilidade também do poder público em oferecer propostas e subsídio financeiro.