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Trabalho informal, sem carteira assinada e por conta própria, cresce mais que vagas para emprego formal

Vivenciando um ano atípico por causa da grave crise econômica e do cenário político caótico, nos deparamos com o aumento da informalidade e com a precarização do trabalho.

Conforme análise do IBGE, divulgada em 30 de novembro de 2017, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a maioria das vagas geradas no setor privado neste ano foram informais (sem carteira assinada).

Os dados da Pnad Contínua mostram que aproximadamente 2,3 milhões de vagas foram criadas em 2017 desde fevereiro. E, destas, a análise do IBGE diz que cerca de 1,7 milhão (76%) são vagas voltadas para a informalidade. A saber, de fevereiro a outubro de 2017 aumentou em 721 mil o número de empregados sem carteira assinada no país; em 676 mil o número de trabalhadores por conta própria; em 187 mil o número de empregadores e em 159 mil o número de empregados domésticos. Assim, são cerca de 1,7 milhão de postos que são considerados informais pelo IBGE. O restante foi gerado no setor público (511 mil), que é formalizado.

O número de novos empregos com carteira assinada gerado pelo setor privado no mesmo período foi tão baixo (cerca de 17 mil) que foi considerado estatisticamente irrelevante pelo IBGE.

Na situação atual do país observamos que mesmo o mercado formal tende a reabsorver primeiro os empregados menos qualificados, os mais jovens e com menos experiência, que têm menor custo para as empresas. Além disso, estes, na maioria das vezes, são contratados com salários menores do que recebiam antes para a mesma função.

A qualidade do emprego continua a piorar no país, pois vagas com carteira assinada estão sendo substituídas por trabalho informal. Cresce o trabalho sem carteira assinada e por conta própria; e a precarização do trabalho também. O trabalhador se vê numa situação difícil e acaba aceitando salário menor que o de costume e, na maioria das vezes no mercado informal, sem nenhuma garantia trabalhista (como FGTS, licença maternidade, férias, 13º. salário, plano de saúde, etc).

Por Maria Augusta