SAAESP Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de São Paulo
O País se uniu para pedir a volta da democracia e da eleição direta para presidente da República, depois de 20 anos de regime militar. A campanha das Diretas Já ganha força e inúmeros comícios são organizados nas principais cidades brasileiras entre janeiro e abril de 1984.
O maior de todos os comícios não apenas deste movimento, mas da história do nosso País na época, ocorreu no dia 16 de abril de 1984, no centro da cidade de São Paulo, levando mais 1.5000.000 pessoas a pedirem, em uma só voz, as eleições diretas para a Presidência da República.
Em 1984, haveria eleição para a presidência, mas seria realizada de modo indireto, através do Colégio Eleitoral. Para que tal eleição transcorresse pelo voto popular, ou seja, de forma direta, era necessária a aprovação da emenda constitucional proposta pelo deputado Dante de Oliveira.
A cor amarela tornou símbolo da campanha. Depois de duas décadas intimidada pela repercussão, o movimento das Diretas Já ressuscitou a esperança e a coragem da população. Além de poder eleger um representante, a eleição direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais. Lideranças estudantis como a Une, sindicatos, como a CUT, intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o coro pelas Diretas Já.
O Congresso Nacional se reuniu no dia 25 de abril de 1984 para votar a emenda que tornaria possível a eleição direta ainda naquele ano. Para que a emenda fosse aprovada, eram necessários 2/3 dos votos. A expectativa era grande. Foram 298 votos a favor, 65 contra e 3 abstenções (outros 112 deputados não compareceram). Para ser aprovada, a proposta precisava de 320 votos o que significa que perdeu por apenas 22 votos, para frustração geral.
Se o povo nas ruas não derrubou imediatamente a ditadura, pelo menos apressou o seu fim. Com o fim do sonho, restava ainda a eleição indireta, quando dois civis disputariam o cargo. Paulo Maluf (PDS) e Tancredo Neves (PMDB) foram os indicados. Com o apoio das mesmas lideranças das Diretas Já, Tancredo Neves venceu a disputa.
Tal fato histórico nos ensina a lição sobre a força da população brasileira e os efeitos de uma grande mobilização. Tal ensinamento parece se repetir nestes tempos atuais em que o país enfrenta grave crise política e econômica.
