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MEC divulga censo escolar de 2017 da educação básica

O Brasil em crise econômica, política e institucional nos remete também ao um cenário chocante na educação. Haja vista a divulgação feita pelo MEC, em 31 de janeiro, do Censo Escolar da Educação Básica de 2017, pesquisa anual realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep.

Em 2017, seguindo uma tendência dos últimos anos, o número de matrículas na educação básica caiu. A redução acontece no ensino fundamental e no médio pelo quarto ano consecutivo, sendo que a queda se concentra em algumas etapas do ensino o que, segundo o MEC, revela gargalos históricos. No ensino fundamental, por exemplo, principalmente no 9º. ano o total de matrículas, entre 2013 e 2017, caiu 14,2%, segundo o referido censo.

Há o problema de evasão e abandono no ensino médio. Segundo o próprio MEC, não só houve queda de matrículas nessa etapa da educação (9º.ano), como também esse fato resulta em número menor de alunos que passam ao ensino médio e em número menor alunos que chegam aos últimos anos da escolarização.

A evasão escolar no ensino médio chega a 11,2%. Há os que apontam, entre outros motivos para essa evasão, a baixa qualidade de ensino e que, portanto, se evidencia a importância de tornar o ensino mais atrativo e conectado à realidade local. Porém, a trajetória dos alunos na alfabetização também é apontada como importante nesse processo da educação básica, pois 55% dos alunos aos 8 anos e próximo aos 9 anos não estão completamente alfabetizados. Ou seja, é grande a distorção idade-série.

Aparece ainda o alto índice de reprovação, destacando o 3º. ano do ensino fundamental, no qual apenas 88,4% dos alunos são aprovados. Na visão do MEC esse índice de aprovação nessa etapa que finaliza o ciclo de alfabetização é muito baixo e preocupante; além disso, esses alunos terão muita dificuldade de continuar na escola, de se manter motivado para aprender.

No ensino em período integral houve aumento no número de matrículas, tanto no fundamental (em 2017:13,9%; em 2016: 9,1%); quanto no nível médio (em 2017:7,9%; em 2016: 6,4%). Contudo, ainda não foi recuperado o índice de 2015 no fundamental que era de 16,7%. E, quanto ao ensino médio, o índice ainda está distante da meta estabelecida para 2018, que é de 13%. Houve alta também no número de matrículas da educação infantil: em 2016 totalizou 8.279.104 e em 2017 totalizou 8.508.731.

A situação da infraestrutura básica das escolas é algo que também preocupa. Por exemplo, dados do censo revelaram que somente 41% das escolas de ensino fundamental contam com rede de esgoto. Mais da metade das escolas do país recorrem a fossas sépticas para atender necessidades dos alunos na faixa etária de 6 a 14 anos.

Outra revelação do Censo Escolar 2017 sobre o ensino médio é que, na prática, houve redução de 1,9% no número de docentes, entre 2016 e 2017. Sendo que 6,5% dos professores do ensino médio ainda não têm nível superior completo; 13,2% não possuem licenciatura e 3,9% cursam atualmente o nível superior.

Diante do retrato da educação básica revelada pelo Censo Escolar de 2017, tanto no ensino fundamental como no ensino médio, os rumos da educação ainda são incertos.

Por: Maria Augusta.