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Taxa de desemprego tem leve queda na primeira semana de setembro, segundo iBGE

É provável que a taxa de desocupação ainda cresça mais, devido à tendência de aumento de pessoas à procura de vagas. Assim, o grande desafio agora é saber como ajudar o mercado a absorver tantos trabalhadores. Qualificação profissional pode ser um dos fatores a contribuir para a reentrada no mercado, porém será preciso um esforço conjunto com empregadores e setores envolvidos na dinâmica da economia brasileira.

O desemprego no Brasil, depois de bater recorde em agosto (13.687 milhões), recua na primeira semana de setembro e atinge 13.044 milhões de brasileiros; houve queda de 643 mil no número de desempregados. Segundo dados da Pnad Covid-19 divulgados em 25 de setembro pelo IBGE, a taxa de desocupação teve uma leve queda na primeira semana de setembro de 2020. Ou seja, foi registrado 13,7% entre 30 de agosto e 5 de setembro, ante 14,3% na semana anterior. A população ocupada ficou em 82,3 milhões, o que foi considerado estável com pequena tendência de aumento, que vem ocorrendo desde meados de julho. Houve variação significativa quanto a população ocupada que estava afastada, pois, caiu para 5,5milhões (primeira semana de setembro) na comparação com a semana anterior (6,1 milhões). Essa proporção ficou estatisticamente estável em relação à semana anterior (4,4%) e bem abaixo da primeira semana da pesquisa, de 3 a 9 de maio (19,8%).

Os resultados dessa Pnad Covid-19 mostraram também que, entre a última semana de agosto e a primeira de setembro houve aumento de aproximadamente 560 mil trabalhadores atuando na informalidade no Brasil. A taxa de informalidade subiu de 34% para 34,6%. Afirmou a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, que “essa recuperação recente vem se dando especialmente entre os trabalhadores informais (28,5 milhões), que foram os mais atingidos no início da pandemia”.

Outra notícia positiva são os números apresentados pelo Caged, divulgados em 30 de setembro, que mostram que o mercado formal, com carteira assinada, teve uma pequena recuperação no mês de agosto. Tais dados registram que foram criadas mais 249.388 novas vagas com carteira assinada. Também foi divulgado que esse é o segundo resultado positivo seguido em 2020, além de ser o melhor desempenho para o mês de agosto nos últimos dez anos. Embora, no acumulado do ano, as demissões ainda superem bastante as contratações, diz o Caged.

Por outro lado, o IBGE também divulgou, em 30 de setembro, dados da Pnad Contínua que é a pesquisa mais ampla sobre o mercado de trabalho no país, com características metodológicas diferentes da Pnad Covid-19 (esta última realiza levantamentos semanais para identificar os impactos da Covid-19 no mercado de trabalho). No período entre maio e julho de 2020, segundo a pesquisa divulgada dia 30 de setembro, o desemprego aumentou, batendo novo recorde, sendo que a taxa de desocupação foi de 13,8%. Maior taxa desde 2012, atingindo 13,1 milhões de pessoas, com um fechamento de 7,2 milhões de postos de trabalho em apenas três meses. Assim, se o desemprego aumentou, o número de pessoas ocupadas diminuiu. A saber: eram 82 milhões de janeiro a julho de 2020, enquanto de janeiro a julho de 2019 eram 93,6 milhões. Portanto, revela a pesquisa, um recuo de 12% em relação ao mesmo período de 2019. Foi divulgado ainda que o nível de ocupação é o menor da série: 47,1%. O IBGE interpreta que essa realidade tem relação direta com a pandemia que não só dificultou a abertura de vagas de trabalho como também a procura por emprego. Resultados da pesquisa apontaram que nunca houve tanta gente querendo trabalhar mais do que de fato conseguem (32,9 milhões), diz IBGE (é a chamada população subutilizada). Outro dado refere-se às pessoas que estão fora do mercado de trabalho porque desistiram de procurar emprego: recorde de 5,8 milhões (são os chamados desalentados). A reabertura dos serviços desde julho trouxe esperanças a muitos que já nem estavam mais procurando trabalho e por isso não eram, então, computados como desempregados pela pesquisa.