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IBGE: desemprego bate recorde na pandemia, em agosto, com 13,7 milhões de desempregados no país

A reabertura das atividades econômicas e a flexibilização do isolamento social têm encorajado as pessoas que estavam na inatividade a buscar uma vaga de emprego. Exatamente essa é a situação da última semana de agosto: menos pessoas empregadas e mais pessoas buscando trabalho.

A taxa de desemprego no país aumentou de 13,2% na terceira semana de agosto para 14,3% na quarta semana do mês, conforme dados da Pnad Covid-19 divulgados pelo IBGE, em 18 de setembro. Essa alta, a maior da série histórica da pesquisa iniciada em maio (10,5%), acompanha o aumento da população desocupada na última semana de agosto, representando cerca de 1,1 milhão a mais de pessoas à procura de trabalho no Brasil, num total de 13,7 milhões de desempregados.

Para pesquisadores do IBGE essa alta se deve tanto às variações negativas da população ocupada quanto à maior locomoção em relação ao mercado de trabalho, buscando emprego, à medida que há maior flexibilização do isolamento em todo o país.

Paralelamente, o Ipea Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em análise técnica também divulgada em 18 de setembro, destacou que a taxa de desocupação cresce porque as pessoas estão buscando emprego e que essa constatação se dá a partir dos dados da recente edição da Pnad durante a pandemia do coronavírus.

Na referida análise técnica o Ipea apontou que “a elevação se deveu ao aumento da taxa de participação na força de trabalho, que passou de 55,1% em julho para 55,8% em agosto”. E que a população desocupada corresponde às pessoas que não estão trabalhando, mas que tomaram alguma providência para conseguir trabalho; já a população da força de trabalho engloba tanto ocupados quanto desocupados. Assim, quanto mais pessoas procuram emprego, maior é a participação na força de trabalho. O Ipea apontou ainda que “muitas pessoas que gostariam de trabalhar, pararam de procurar emprego por conta da pandemia; então não eram incluídas no levantamento como desocupadas e, sim, como população fora da força de trabalho”. Agora, em agosto, houve redução de brasileiros que deixaram de procurar emprego na pandemia (de 19,4 milhões no fim de junho para 16,8 milhões em agosto), o que significa que as pessoas estão voltando a procurar emprego, ocasionando um aumento simultâneo de desocupados e de participação da força de trabalho, explicou a análise técnica do Ipea.

Para a coordenadora da pesquisa, “quando estava com medidas restritivas, as pessoas não podiam buscar emprego, as empresas estavam fechadas; agora, é preciso observar como o mercado de trabalho responderá a essa maior procura por emprego”.