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PIB tem queda histórica de 9,7% no 2º trimestre e confirma recessão no Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um tombo histórico de 9,7% no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano, segundo dados divulgados dia 01/09 pelo IBGE. Em relação a igual período de 2019, o PIB caiu 11,4%. Ambas as taxas foram as quedas mais intensas de série, iniciada em 1996. O resultado inédito mostra o forte impacto da pandemia do coronavírus na atividade econômica e os efeitos das medidas de isolamento social. Com a retração, a economia brasileira entra em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de encolhimento do PIB. A queda do primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano passado foi revisada para 2,5% ante 1,5% inicialmente informado.

O quadro catastrófico só não foi pior por causa das medidas adotadas pelo governo para mitigar a crise, com destaque para o auxílio emergencial de R$ 600,00 ao mês pago aos mais pobres e aos trabalhadores informais. Desde junho, estudos têm apontado que os pagamentos de emergência chegaram a elevar a renda dos mais pobres, reduzindo, temporariamente, a pobreza. Ainda assim, esse impulso não impediu o tombo de 12,5% no consumo das famílias ante o primeiro trimestre.

Segundo os dados, a retração da economia brasileira resulta das quedas históricas de 12,3% na indústria e de 9,7% nos serviços. Somados, indústria e serviços representam 95% do PIB nacional. Já a agropecuária cresceu 0,4%, puxada, principalmente, pela produção de soja e café.

Na semana passada, o mercado financeiro reduziu a estimativa para o recuo do PIB para este ano, revisando a estimativa de uma queda de 5,46% para 5,28%. Esta foi a nona semana seguida de melhora do indicador. Para 2021, a aposta do mercado é de um avanço de 3,50% da economia, segundo o boletim Focus, que reúne as previsões dos analistas das 100 principais instituições financeiras.