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País tem 4,4 milhões de pessoas que agem como se coronavírus não existisse

Com o número de novos casos e mortes por covid-19 ainda em um patamar elevado, 4,4 milhões de pessoas (2,1% dos 211,2 milhões da população brasileira) não tomaram nenhuma medida para evitar o contágio pelo novo coronavírus na segunda semana de agosto (entre os dias 9 e 15). O número representa estabilidade em relação à semana anterior. Houve estabilidade também na população que ficou rigorosamente em casa: 44,4 milhões de pessoas (21%).

Já o grupo que reduziu o contato, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas aumentou em 2,9 milhões, totalizando 74,5 milhões de pessoas. Quem ficou em casa e só saiu por necessidade básica caiu para 86,4 milhões (40,9%) — na primeira semana de agosto eram 89,1 milhões (42,2% da população).

Os dados são da Pnad Covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e foram divulgados dia 04/09 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Cerca de 1,6 milhão de pessoas voltaram a buscar trabalho na segunda semana de agosto. De acordo com o IBGE, esse é um reflexo das flexibilizações do isolamento social. A população fora da força de trabalho, que não estava trabalhando nem procurava emprego, atingiu 75,5 milhões de pessoas — na primeira semana do mês eram 76,1 milhões.

Entre essas pessoas, cerca de 27,1 milhões —35,9% da população fora da força de trabalho— relataram que gostariam de trabalhar, um recuo ante a semana anterior quando o número era de 28,1 milhões (36,9%). O resultado da segunda semana de agosto é estável na comparação à primeira semana da pesquisa, entre 3 a 9 de maio, quando 27,1 milhões (35,5%) disseram que gostariam de trabalhar. Ainda de acordo com o IBGE, a pandemia ou a falta de trabalho no local onde vivem foram os motivos para que 17,7 milhões dessas pessoas que gostariam de trabalhar não chegassem a procurar emprego — uma queda em relação à semana anterior, quando esse número tinha chegado a 18,3 milhões.

A população ocupada do país foi estimada em 82,1 milhões na segunda semana de agosto, o que mostra estabilidade em relação ao período anterior, quando eram 81,6 milhões de pessoas. O número, entretanto, é menor que o registrado na primeira semana da pesquisa, de 3 a 9 de maio, quando 83,9 milhões de pessoas estavam ocupadas. Segundo a pesquisa, a população ocupada e não afastada do trabalho ficou em 75,1 milhões de pessoas, uma estabilidade se comparado à semana anterior (74,7 milhões) e um crescimento na comparação com a semana de 3 a 9 de maio (63,9 milhões). Nesse grupo, 8,3 milhões (11,1% da população ocupada e não afastada) trabalhavam remotamente – estabilidade ante a semana anterior em que havia 8,6 milhões (11,5%) em home office. O nível de ocupação alcançou 48,2% e ficou estável frente a semana anterior (47,9%), mas em queda na comparação com a semana de 3 a 9 de maio (49,4%).

A Pnad Covid-19 indicou que a população desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas, pouca diferença em relação à semana anterior (12,6 milhões de pessoas). Apesar disso, foi maior que a da primeira semana da pesquisa (9,8 milhões). Entre 9 e 15 de agosto, a taxa de desocupação ficou em 13,6% mostrando estabilidade se comparada à semana anterior (13,3%), mas registrando alta em relação à primeira semana de maio (10,5%). Para a coordenadora da pesquisa, embora pouco significativo, houve um leve aumento tanto na população ocupada, como na desocupada e uma discreta diminuição da população fora da força de trabalho, o que representa, além da retomada das atividades econômicas, uma recuperação do emprego.

Os dados de informalidade também mostraram recuperação. Mesmo estatisticamente estável, o total de pessoas que estava trabalhando de modo informal (28 milhões) foi pouco acima do registrado na semana anterior (27,9 milhões). Com isso, a taxa de informalidade ficou em 34,1%. No início de maio, eram 30 milhões de trabalhadores informais, que são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira e trabalhadores que não contribuem para o INSS.

As pessoas que estavam afastadas do trabalho por causa do isolamento social somaram 4,3 milhões na segunda semana de agosto, ficando estável. No entanto, aumentou para 2,7 milhões o grupo que estava distante do trabalho por outro motivo, como licença-maternidade ou doença.