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Dados do IBGE mostram que a concentração da renda no Brasil voltou a crescer em 2018

IBGE divulgou, em 16/10/19, dados da PNAD Contínua que captaram o aumento da concentração de renda no país, em 2018, reforçando a extrema desigualdade de renda no país. Análise detalhada do rendimento de todos os trabalhos ajudou a explicar a piora da desigualdade de renda no ano passado. Mostrou o IBGE que houve queda no ganho das classes que formam os 30% mais pobres, enquanto nas classes de cima houve alta, no ano de 2018.

Resultados desse estudo apontaram que a renda média mensal de trabalho da elite econômica do Brasil (1% da população), corresponde a 33,8 vezes o rendimento dos 50% mais pobres que integram a população de menor rendimento e é a maior distância já apurada pelo IBGE.

Segundo o IBGE, o tamanho da concentração de renda no país também pode ser mensurado pela concentração da massa do rendimento médio mensal real domiciliar per capita, na qual são levados em conta várias formas de renda, não apenas a obtida com o trabalho; totalizando, em 2018, R$ 277,7 bilhões. Desse total, 10% da população com rendimentos mais baixos possuíam 0,8% da massa, enquanto os 10% com os maiores rendimentos concentravam 43,1%.

Também foi apurado, segundo a pesquisa do IBGE, que a participação de aposentadoria e pensão cresceu na composição do rendimento médio mensal domiciliar per capita, pois representou no ano passado 20,5% do mesmo, enquanto em 2017 foi 19,9%. Porém, a maior participação na composição do rendimento médio mensal ainda vem do trabalho (74%).

O índice de Gini, que mede a concentração e desigualdade de renda, calculado para o rendimento médio mensal recebido de todos os trabalhos, no ano passado, segundo a pesquisa do IBGE subiu para 0,509 (em todas as regiões do Brasil) depois de ficar estável nos dois anos anteriores (0,501). Foi o maior da série histórica iniciada em 2012. O índice Gini do rendimento médio mensal real domiciliar per capita chegou a 0,545 em 2018.

Além da lenta retomada econômica, do elevado desemprego e do aumento da informalidade que interferiram no crescimento da concentração da renda no país; para alguns especialistas, outros fatos têm contribuído para isso e para a persistente e acentuada desigualdade de renda no Brasil, como, por exemplo, sistema tributário (cobrando proporcionalmente mais impostos dos que ganham menos); políticas sociais voltadas a grupos que menos precisam; etc.