Em 2019 aumenta o número de trabalhadores com nível superior que ganham até 1 salário mínimo, aponta a Pnad Contínua/IBGE

Dentre as consequências da recessão no Brasil, à medida que a crise foi atingindo o mercado de trabalho, fechando vagas e aumentando a informalidade, o número de profissionais com curso superior, trabalhando por até um salário mínimo, foi aumentando.

À medida que o mercado de trabalho não vem gerando a quantidade necessária de postos de trabalho, e os que surgem são de baixa remuneração, mesmo o trabalhador que cursou faculdade, que tem melhor qualificação, acaba aceitando ocupação com menor salário, por falta de opções.

Haja vista que dados da Pnad Contínua/IBGE, divulgados pela mídia em 13 e 14 de outubro de 2019, mostram que 11% dos trabalhadores formais e informais, que cursaram faculdade, ganhavam até um salário mínimo. Em 2019 vale lembrar que o salário mínimo do corrente ano é R$ 998,00. O IBGE destaca que essa taxa atinge o maior nível desde que pesquisa começou em 2012 (ano em que, também no segundo trimestre, essa porcentagem era 9,4%).

Alguns especialistas entendem que sofrem mais as famílias mais pobres, cujo sacrifício foi maior para investir em ensino superior, na expectativa de melhores oportunidades de trabalho com melhor remuneração. Agora se deparam com essa realidade de mercado de trabalho que, cada vez mais, não consegue absorver de modo compatível trabalhadores com nível de ensino superior e com melhor qualificação, em razão da falta de vagas suficientes para os mesmos.