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Dados da ONU revelam aumento de 21% de casos novos de HIV no Brasil no período de 2010 a 2018

Estudo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids)─ONU, divulgado em 16 de julho, cita avanços, mas alerta para o aumento de casos e de mortes relacionadas à Aids em alguns países. Revela que em todo o mundo houve redução de 16% de pessoas infectadas pelo vírus em 2018, em relação a 2010.

Segundo o relatório do Unaids há atualmente no mundo 37,9 milhões de pessoas infectadas pelo HIV, das quais 1,9 milhão residem na América Latina e somente dois terços delas têm acesso a antirretrovirais.

A América Latina é apontada, nesse relatório, como uma das regiões do mundo com os piores dados na luta contra o HIV. O Brasil, país mais populoso do continente, registrou 21% de aumento. Em números absolutos, o Brasil registrou 44 mil casos novos em 2010 e, em 2018, esse número subiu para 53 mil casos novos. No entanto, não é o que mais piorou. O índice de novos contágios entre 2010 e 2018 a cada ano cresceu 34% no Chile, 22% na Bolívia e 21% na Costa Rica. Houve aumento também de infecções no Uruguai, Honduras, Guatemala e Argentina em índices inferiores a 10%.

O Unaids inclui metas para que se tenha, até 2020, 90% das pessoas com HIV devidamente diagnosticadas; 90% delas realizando tratamento com antirretrovirais e, deste grupo, 90% com carga viral indetectável. Dentre os países de língua portuguesa, no primeiro indicador, Brasil, Cabo Verde e Portugal cumpriram ou estão a caminho de cumprir a meta. Os dois últimos países também estão em vias de cumprir o segundo indicador. Contudo, o Brasil é citado como o único país em vias de cumprir a meta de 90% de pessoas com carga viral indetectável, o que indica sucesso do método terapêutico aplicado no país.

Ainda falando da América Latina são apontados países que apresentaram bons resultados como El Salvador que, nos últimos oito anos, conseguiu reduzir quase pela metade os novos casos. A Colômbia, o Equador e Paraguai também mostraram avanços significativos, com reduções de 22%, 12% e 11%, respectivamente.

Unaids aponta também uma preocupante desaceleração na redução global de novas infecções por HIV, o que pode comprometer as metas de resposta no combate ao HIV até 2020.

Por Maria Augusta