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Pesquisa IBGE mostra que educação brasileira ainda não é para todos

O módulo de Educação da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua), que teve seus dados divulgados no último dia 19 de junho pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou, entre outros pontos, que a educação brasileira continua longe de ser para todos. Coletados pelo IBGE em 2018, os dados pintam o retrato de um sistema público que, mesmo perto de universalizar o atendimento no ensino fundamental, ainda não foi capaz de atender às necessidades educacionais de brasileiros de todas as idades.

Os resultados do módulo revelam que houve melhora em praticamente todos os indicadores educacionais do Brasil, entre 2016 e 2018. Porém persistem as desigualdades regionais, de gênero e de cor e raça: mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens, pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas. As regiões Nordeste e Norte apresentaram uma taxa de analfabetismo bem mais alta e uma média de anos de estudo inferior à das regiões do Centro-Sul do país.

De acordo com as estatísticas, 40% da população de 25 anos ou mais nem sequer concluíram o ensino fundamental, que representa cerca de 53,4 milhões de pessoas. A taxa ajuda a compor um cenário mais amplo no qual mais da metade dessa população (52,6%) não completou a educação básica, ou seja, não chegou a se formar no ensino médio, o que corresponde na 70,3 milhões de pessoas.

No Brasil, em 2018, havia 11,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 6,8%. Em relação a 2017 houve uma queda de 0.1 p.p., o que corresponde a uma redução de 121 mil analfabetos entre os dois anos. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Em 2018, eram quase 6 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 18,6% para esse grupo etário.

Segundo o IBGE, o brasileiro cumpre em média 9,3 anos de estudo. Caso completasse todos os níveis de escolaridade até o superior, a média seria 16 anos. Há diferenças entre homens e mulheres nesse indicador. Enquanto o primeiro grupo estuda em média 9 anos, o segundo estuda 9,5 anos.

O indicador também evidencia disparidades importantes entre negros e brancos. Enquanto os brancos têm, em média, 10,3 anos de estudo, os negros têm 8,4 anos. A região Nordeste é onde a população tem menos anos de estudo com 7,9 anos. Os habitantes da região Sudeste estão na ponta oposta com 10 anos de estudo.

Por Maria Augusta