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Analistas temem que a recuperação lenta de vagas no mercado de trabalho possa levar o Brasil a desemprego estrutural

No mercado de trabalho brasileiro, em 2018, além de ter ocorrido menor geração de vagas, boa parte delas foi no setor informal. Analistas acreditam que este deve ser também o padrão de 2019, segundo divulgado pela mídia.

A taxa de desemprego no Brasil, depois de bater recorde no primeiro trimestre de 2017 (13,7%), baixou apenas 2 pontos no trimestre encerrado em outubro de 2018 (11,7%) segundo IBGE. Em 2018 a desocupação passou a diminuir mais lentamente e ainda demorará para chegar a um dígito, segundo especialistas, mesmo que nos próximos anos o crescimento econômico se acelere.

Há os que interpretam que, em consequência à grave crise econômica brasileira, vários trabalhadores colocados fora do mercado de trabalho terão dificuldade de voltar, o que pode contribuir para manter alta a taxa de desemprego. Por outro lado, mudanças estruturais na economia, como a rapidez com a adoção de novas tecnologias e sistemas administrativos e produtivos, de custos reduzidos, com redução de mão de obra, também contribuem para manter alta essa taxa.

O recuo lento da quantidade de desocupados e o grande número de pessoas em ocupações precárias despertam temores entre analistas de que, para muitos trabalhadores, o desemprego deixe de ser condição temporária e se torne um problema crônico. Ou seja, há o receio de que parte dessa alta do desemprego decorrente da crise econômica do país implique em elevação do desemprego estrutural; resultante da inadequação duradoura entre a oferta e a procura de trabalho.

De acordo com especialistas em mercado de trabalho há diferentes tipos de desemprego com causas variáveis. Há, por exemplo, o chamado “desemprego friccional ou natural”, que se refere aos desempregados temporariamente, ou por estarem procurando emprego pela primeira vez, ou porque estão mudando de emprego, ou porque foram demitidos. Outros exemplos seriam o “desemprego sazonal” que ocorre devido a sazonalidade de determinados tipos de atividades econômicas; o “desemprego cíclico (conjuntural ou involuntário)” que ocorre quando há uma retração na produção, de tal forma que empresas são obrigadas a demitir para cortar despesas; e o “desemprego estrutural” que é consequência das mudanças estruturais na economia, como: mudanças nas tecnologias de produção ou nos padrões de demanda dos consumidores. Mudanças tecnológicas essas, que possibilitam automatização da produção e a dispensa de inúmeros trabalhadores que se tornam desnecessários.

Por Maria Augusta