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Professores brasileiros não recomendam a própria profissão

Oito em cada dez professores do ensino básico no Brasil (que vai desde a educação infantil até o ensino médio) aderiram a essa carreira por motivos relacionados à vocação ou por convicção do quanto esse trabalho é importante para a sociedade. Apesar dessa visão positiva sobre a própria profissão, 49% deles admitem que certamente não a recomendariam para outra pessoa – apenas 23% defenderiam a escolha para terceiros.

É o que mostra pesquisa do Todos pela Educação e do Itaú Social, feita pelo Ibope Inteligência, divulgada dia 30 de julho.

Segundo o estudo, o que acontece entre a visão idealista que move a escolha pela profissão e a recusa de recomendá-la para terceiros vai além da dura realidade das salas de aulas do país. De acordo com a pesquisa, a desvalorização da carreira é o principal fator para tanta insatisfação entre os docentes. A sondagem revela que isso não está ligado apenas a uma questão de baixos salários.

Para o diretor de políticas educacionais da organização os dados são preocupantes. Ele reforça a necessidade de repensar a valorização da carreira dos professores brasileiros.

Os docentes consideram a formação continuada (69%) e a escuta dos docentes para a formulação de políticas educacionais (67%) como fatores fundamentais para valorizar a carreira. Os professores também consideram importante a restauração da autoridade e o respeito à figura do professor (64%) e o aumento salarial (62%).

A maioria dos docentes (71%) tem a profissão como principal renda da casa e 29% afirmam ter outra atividade como fonte de renda complementar.

O levantamento entrevistou 2.160 professores da Educação Básica das redes públicas municipais e da rede privada de todo o país, sendo que dois terços dos entrevistados são mulheres, com média de 43 anos de idade e 17 de carreira.

Por Maria Augusta