De acordo com os dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde a obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo um em cada cinco brasileiros. E mais da metade da população está com peso acima do recomendado (índice passou de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016).
Os resultados foram divulgados dia 17/4/17 e a pesquisa ocorreu no período de fevereiro a dezembro de 2016, com 53.210 pessoas maiores de 18 anos das capitais brasileiras.
O Índice de Massa Corporal (IMC) além de classificar o indivíduo com relação ao peso, também é um indicador de risco para a saúde e tem relação com várias complicações metabólicas. A Vigitel diferencia excesso de peso de obesidade. A pessoa com IMC igual ou maior que 25 kg tem excesso de peso. IMC igual ou maior que 30 kg/m2 indica obesidade.
A pesquisa mostra que o excesso de peso é mais prevalente entre homens. A obesidade apresenta indicadores semelhantes entre o público feminino (19,6%) e masculino (18,1%).
A pesquisa também traz um retrato sobre a saúde do brasileiro na última década, com dados sobre diabetes, hipertensão, excesso de peso, obesidade, entre outros. Doenças crônicas avançam: aumento de 61,8% de diabetes; aumento de 14,2% de hipertensão.
Diabetes e hipertensão são mais prevalentes entre as mulheres. Dentre as entrevistadas, 9,9% das mulheres disseram ter diabetes; e, entre os homens, 7,8%. Relataram ter hipertensão 27,5% das mulheres e entre os homens, foram 23,6%.
Não só ao avanço de idade da população pode ser atribuído o aumento dos indicadores, mas também à mudança de hábitos alimentares (por exemplo, redução do consumo regular de arroz e feijão), mesmo que tenha ocorrido pequena elevação no consumo regular de frutas e hortaliças. Os resultados dessa pesquisa apontam para o fato de que o Brasil passa por uma transição do ponto de vista nutricional, que antes era de desnutrição e agora aparece entre os países com altas prevalências de obesidade.
É indispensável e urgente, portanto, que todos repensem hábitos de alimentação, deixem de ser sedentários e monitorem a própria saúde. E, por sua vez, que os órgãos governamentais se empenhem e invistam em políticas públicas de orientação e de assistência à saúde dos brasileiros.