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RETRATOS DO BRASIL

Por: Miguel Abrão Neto;

Nenhuma câmera digital de última geração, de tecnologia de ponta, seria capaz de registrar com tanta precisão o que os olhos brasileiros têm registrado, em termos de Brasil.

A sociedade brasileira, sob o impacto dos últimos acontecimentos políticos, vivencia incrédula e assustada as consequências dos insucessos do Governo nas investidas para conter o avanço da crise econômica. Dificuldades para reduzir despesas públicas, priorização de arrecadação tributária, aceleração da taxa de desemprego, queda do PIB são fatores que penalizam o trabalhador e não ao contrário, como muitos querem fazer a população acreditar. Ou seja, divulgam que a atual legislação trabalhista e a seguridade social criam obstáculos para a produtividade no país, para retomar o crescimento.

As reformas trabalhistas e da previdência social, nos moldes como estão sendo propostas pelo Governo, serão de fato a panaceia para resolver os problemas financeiros do país? Para tirar o país dessa crise econômica?

Será a redução de direitos dos trabalhadores o caminho para retomar o crescimento e a geração de emprego e renda? Não será mais eficaz impulsionar reforma tributária? Agilizar corte nos gastos públicos? Melhorar o desempenho dos serviços públicos?

E, nesse contexto de incertezas, se a ideia para estabelecer “o negociado sobre o legislado” pretender reduzir salários, pretender flexibilizar jornada de trabalho, entre outros fatores, a pergunta é: estará a nossa sociedade preparada para mudanças que já se anunciam destrutivas para a classe trabalhadora?

Segundo dados divulgados, em fins de agosto, pelo IBGE o desemprego no país atingiu, em média, 11,6% no período de maio a julho deste ano; sendo essa a maior taxa já registrada em pesquisa desse Instituto desde 2012, quando começou a ser feita. Com relação ao PIB as notícias não são as melhores; pois comparado a igual período de um ano atrás, com o segundo trimestre de 2015, caiu 3,8%.

Segundo alguns especialistas o recente processo de impeachment teve efeito positivo na economia, melhorando um pouco a confiança e expectativa, mas não é o suficiente para assegurar o crescimento.

O fato é que direitos previdenciários e direitos trabalhistas estão correndo riscos e, portanto, todos nós, trabalhadores e seus representantes precisamos estar vigilantes. Movimentos sociais e movimento sindical são capazes de mudar o rumo dessa situação, de forma a salvaguardar os direitos que a CLT e Constituição Federal garantem à nossa sociedade.