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Obrigatoriedade do novo Acordo Ortográfico entra em vigor no Brasil

Após adiar por 3 anos, o governo brasileiro oficializou as regras do no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que, a partir de 1º de janeiro deste ano, serão obrigatórias.

A proposta veio desde 2009, abordando mudanças como o fim do trema e novas regras para o uso do hífen, de acentos diferenciais, bem como alteração do alfabeto que passa de 23 para 26 letras a partir da inclusão de k, w e y, que já eram usadas em várias palavras do idioma, como nomes indígenas e abreviações de medidas, mas estavam fora do vocabulário oficial.

A intenção, conforme assinatura em 1990 com outros Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) é padronizar as regras ortográficas. O acordo foi implementado em 2009, mas sem nenhuma obrigatoriedade, com início previsto para o início de 2013. Porém, após grande rejeição da sociedade, o governo adiou a vigência para 1º de janeiro de 2016.

A aplicação do Acordo Ortográfico no Brasil eleva para 215 milhões de falantes de Português a usar a nova grafia, mas a norma está em diferentes estágios de implementação nos vários países que a ela aderiram.

Estudantes, professores e demais profissionais que trabalham com a escrita precisam estar atentos, buscando aprimoramento para evitar erros.

Fique por dentro de algumas alterações

  • O trema – dois pontos sobre a vogal u – foi eliminado, e pode ser usado apenas em nomes próprios. No entanto, a mudança vale apenas para a escrita, e palavras como linguiça, cinquenta e tranquilo continuam com a mesma pronúncia.
  • Os acentos diferenciais também deixaram de existir, de acordo com as novas regras, eliminando a diferença gráfica entre para (do verbo parar) e para (preposição), por exemplo. Há exceções como as palavras pôr (verbo) e por (preposição) e pode (presente do indicativo do verbo poder) e pôde (pretérito do indicativo do verbo poder), que tiveram os acentos diferenciais mantidos.
  • O acento circunflexo foi retirado de palavras terminadas em “êem”, como nas formas verbais leem, creem, veem e em substantivos como enjoo, voo.
  • Já o acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos “ei” e “oi” (antes “éi” e “ói”), dando nova grafia a palavras como colmeia e jiboia.
  • O hífen deixou de ser usado quando: 1) Prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplo: autoescola. Há exceção quanto ao prefixo “co” que, em geral, se aglutina com o segundo elemento mesmo quando este comece com “o”. Exemplos: coobrigar, cooperar. 2) O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplo: anteprojeto, semicírculo. Note-se, porém, que o prefixo “vice” sempre é usado com hífen: vice-rei. 3) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos: contrarregra, antissocial, ultrassom. Exceção: guarda-roupa, apesar de terminar com vogal e o segundo elemento começar com “r” neste caso o “r” não se duplica, porque guarda não é um prefixo é uma palavra, uma forma verbal e portanto, fora desta regra. 4) Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: interestadual, superaquecimento. Note-se que é preciso estar atento aos detalhes das novas regras ortográficas e, em caso de dúvidas, sempre consultar fontes oficiais. Haja vista que, por exemplo, não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como: girassol, madressilva, mandachuva. Da mesma forma que devem ser consultadas sempre as regras que definem o uso do hífen.