Home » Notícias » Aposentadoria: Pesquisa global revela que mulheres não estão preparadas

Aposentadoria: Pesquisa global revela que mulheres não estão preparadas

Aposentadoria significa a saída de um trabalho regular e, normalmente, o termo está associado à idade. É um tempo de travessia uma vez que a referência do trabalho, muito importante na construção da identidade humana, se transforma.

Alguns vivem a aposentadoria como um tempo de “liberdade”. Outros consideram como um tempo de “nostalgia” e de “enfado”. O momento de parar de trabalhar e encarar a aposentadoria pode ser uma transição difícil para algumas pessoas, mesmo porque ela não garante, quase sempre, uma boa qualidade de vida para os idosos, apesar de ser um direito conquistado pelos trabalhadores.

O idoso aposentado necessita, muitas vezes, permanecer trabalhando por questões financeiras considerando o pouco valor recebido pelo INSS, principalmente quando cabe ao idoso o papel de mantenedor de grupo familiar.

Aqueles que quiserem manter o padrão de vida devem se preparar com alguma reserva para o futuro, dizem especialistas. Os planos de previdência privada são opção para quem quer complementar a aposentadoria, mas ainda não há no país uma cultura nesse sentido.

Porém, o que vemos é que o planejamento para a aposentadoria não faz parte da iniciativa da maioria dos trabalhadores. Os aposentados que não se prepararam, geralmente, desenvolvem sintomas depressivos em função das dificuldades que encontram de refazer seus projetos de vida de uma maneira produtiva e socialmente útil.

Aposentadoria, portanto, não significa ficar o dia todo assistindo televisão, sem horário para nada. É sim, um momento para refletir e buscar atividades satisfatórias que antes, em função do trabalho ou outra razão, não eram possíveis.

O certo é que, os idosos deveriam desfrutar de sua aposentadoria com dignidade.

A PESQUISA:

Pesquisa global realizada pela seguradora Aegon “A nova cara da aposentadoria” mostra como as mulheres, em 15 países, agem quanto à preparação para a aposentadoria e suas dificuldades para planejá-la.

A pesquisa detectou que, embora haja maior expectativa de vida para as mulheres em relação aos homens ─ em média de 4 a 5 anos ─ elas estão pouco preparadas financeiramente para a aposentadoria, basta ver os índices: 40% nem sequer sabem se estão no caminho certo para atingir a renda necessária quando aposentadas e 20% acreditam que já fazem o suficiente. Mais da metade das entrevistadas (54%) acreditam que serão dependentes da renda do cônjuge ─mesmo com maior independência financeira e melhor inserção no mercado de trabalho─ em contraste com 12% que não esperam essa dependência do cônjuge.

Os resultados da pesquisa também revelam a tendência cultural da população de começar a poupar mais tarde, pois ao analisar o aspecto faixa etária somente 36% (ou seja, 1/3 do total das entrevistadas) e exatamente as mais velhas afirmam guardar dinheiro constantemente. Dentre as que não estão poupando (24%) ─ mas pretendem começar algum dia─ estão as mais jovens.

Os países incluídos na pesquisa entre janeiro e fevereiro de 2014 foram: China, Índia, Brasil, Estados Unidos, Holanda, Canadá, Reino Unido, Suécia, Turquia, Alemanha, Hungria, Espanha, Japão, França e Polônia; e foram entrevistadas 16.000 mulheres.

No Brasil

No Brasil a pesquisa foi realizada pela primeira vez, quando foram ouvidas 1000 pessoas, sendo 900 trabalhadores e 100 aposentados.

Lazer (47%) e liberdade (43%). É assim que a brasileira se vê quando o assunto é se aposentar ou diminuir o ritmo de trabalho. Pensam quese depender da forma como nos preparamos para chegar lá, estamos no caminho certo.

Porém, a pesquisa aponta que é necessário melhorar a qualidade do planejamento financeiro: 47% dizem ter plano para se aposentar, mas somente 22% têm alguma solução contratada. Detectou-se que 27% não têm qualquer plano, enquanto no resto do mundo este percentual é de 40%. Foi evidenciado também que mais da metade das pessoas não considera o risco de invalidez ao qual estão expostas e que pode afetar seriamente a preparação para a aposentadoria.

Apesar do otimismo apontado pelos altos índices da pesquisa sobre o nível de confiança das brasileiras a respeito de manter o padrão de vida conquistado quando se aposentarem, somente 14% se dizem extremamente ou muito confiantes.

Aparece como grande obstáculo para a poupança ─apontado por 67% das entrevistadas─ a falta de dinheiro. Numa lista com oito opções que incentivariam a formação de uma reserva para a aposentadoria, aumento de salário é o primeiro da lista (46%), seguido por um ambiente econômico mais certo (39%) e incentivos fiscais mais generosos em produtos de aposentadoria e poupança de longo prazo (30%).

Especialistas alertam para a urgência de cada um tomar para si a responsabilidade de planejar sua aposentadoria e, em consequência, criar reservas financeiras para isso.